Ontem filmamos a cena final de “Os Tubarões de Copacabana” caindo para 5 os dias de filmagem que faltam para terminar. A cena 131 foi filmada na praia e no mar de Copacabana, e deu início às 6 hs da manhã, quando as pessoas começavam a chegar para correr ou fazer caminhada no calçadão. Raul Gazolla chegou de moto, carregando um pranchão tão grande, que é impossível imaginar como conseguiu. Enquanto esperávamos a chegada do barco que transportava a câmera e os equipamentos, Raul disse para Rosario que queria continuar fazendo cinema. E nós, que temos a experiência de outras produções percebemos que ele já tinha sido fatalmente contaminado com o vírus do amor pelo cinema e estava sentindo o que chamamos de “síndrome de final de produção” quando sabemos que em poucos dias o filme terá acabado de nascer e não precisará mais de nós. Paradoxalmente era o que todos queríamos, terminar o antes possível, mas isso não tira a sensação de que ficamos com as mãos vazias, espaço que só um novo projeto de filme poderá preencher. Claro que a produção ainda tem um longo caminho pela frente, a edição, finalização e comercialização, mas o trabalho dos atores encerra antes, com o término das filmagens. Obviamente não podemos comentar o teor da cena final, mas foi maravilhosa. Não encontramos palavras para definir o esforço, a entrega e o comprometimento dos atores (nem podemos dizer os nomes de todos para não entregar o final) e dos técnicos. O diretor de Fotografia Neto Favaron, e seus assistentes, Rafaela Chami, Ricardo Pentagna e Clarinha Facuri, entraram no mar, enquanto a diretora Rosário Boyer e seu assistente Ricardo Gelain ficaram no caminho dos pescadores. Atores e técnicos mostraram garra e comprometimento com a produção e não pouparam esforços, chegando alguns deles a passar mal por ficar tanto tempo expostos ao frio da água. São pessoas assim que fazem a cultura do Brasil. Rodrigo Molina registrou tudo, mas ainda não entregou o material. As fotos que publicamos são de nossa câmera amadora.
